Rio Itaguari - Dia Mundial da Àgua
PAREDÃO DO VAU DO ITAGUARI, UM SHOW DE IMAGEM. Foto tirada por Pola Ribeiro - jornalista da Bahia.
Êxtase de aflição
Um dia suas aguas já foram um grande rio
aguas cristalinas banhadas de paredões,
aguas mansas, correntes
As aguas do Rio itaguari
Com riquezas dos bons tempos de piracemas
e cardumes de todas as espécies
haviam por la...dourados, pintados...
Eram muitas Aguas a desaguar
Àgua que sustentava com suas especies
agua que mata a sede do seu povo
que mesmo rasa rega as plantações
E por conta do descaso do homem, progresso, ganancia e riqueza
já são um pequeno fio...
sem viço, quase nao é mais aquele grande rio
o Espelho de Deus!
Suas águas rasas não cobre as pedras dos paredões
que um dia submersos esteve a embanhar
E nosso rio se vai....seu leito esmero
recortado por diversos ribeirinhos
mudando o curso do seu destino
já não traz tranquilidade descer a navegar
nas tardes ensolaradas de domingo
com leveza das remadas
há perigo de se atracar...
nossa riqueza maior
grita um eco de socorro
Êxtase de aflição
E toda esta beleza que contemplamos do nosso lindo ITAGAURI, dentro do Município de Côcos. Suas nascentes estão prestes a secar....
Nosso Rio está inserido na rota da multiplicação de barragens PCH`s (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e a conseqüência de tudo isto são os impactos que vão causar em suas nascentes, principalmente para as comunidades ribeirinhas
Estas barragens irão atingir também os rios do Cerrado Mineiro e Baiano, a saber: Catolé da Praia, Barra de Posse, no Rio Carinhanha, Minas Gerais/Bahia; Val do Itaguari, Várzeas, São João do Porto Alegre, Novaci, São Domingos, Barriguda, Caraíbas e Galheiro, no rio Itaguari, em Cocos-BA; de São Sebastião do Formoso, Gatos, Sacos, Arrodeadouro, Bonito, no Rio Formoso, entre Jaborandi e Coribe, na BA.
(poesia copiado do Facebock do autor e grande poeta coquense Nonato Lopes)
O som da água
Que corre rio abaixo
Soa ecologicamente correto
Pedindo ajuda
A humanidade cada vez mais
Mais desumana
Se materializa e se profana
Feito barras de concreto
E finge que está surda
Ouçam atentos
O uivo dos ventos
E escutarão nitidamente
Os profundos lamentos
Da ferida natureza
Pois, dela aflora
A fauna, a flora
A santíssima água
E os sagrados alimentos
Que nos vêm até a mesa
Se não tomarmos com urgência
Um forte chá de consciência
O apocalipse, com certeza
Será o contrário do dilúvio
E a total falta de água
Transformará o universo
Num imenso deserto
A céu aberto
Delineando um cenário
De infinita tristeza
Côcos, BA, 20/10/2002
Rio Itaguari
Poesia de Israel baliza de Azevedo - livro Sertão em Poesia.
Quanta beleza
traz suas águas cristalinas
atravessando campinas
serrados matagais
com lindas praias
enfeitando a redondeza
uma rarissima beleza
que atravessa os gerais.
Beirando as serras
formando lindas paisagens
enfeitando as pastagens
trazendo muita inspiração
suas aguas são doces
gostosas de se beber
trazendo alegria e prazer
para o povo do sertão
sempre no entardecer
quando o sol vai se pondo
vejo os peixes nadando
em tamanha liberdade
logo a garça branca
o mergulhão eo bem-te-vi
aparecem por ali
encantando aquela tarde
sua grande beleza
encanta a muita gente
nos dias de sol quente
sei que é gostoso demais
tomar um banho
se possível o dia inteiro
mergulhar sem paradeiro
em suas águas minerais.
hoje vivo distante
em uma coisa tanto almejo
cumprir um grande desejo
de um dia voltar ali
matar minha saudade
e desfrutar das doçuras
naquelas águas tão puras do meu rio itaguari.
RIO DE CÔCOS
Poesia escrita por Analdina Neves Ribas (in memoriam)
Cuiabá 05/05/2000 Livro "O Võo do pássaro"
Ah! Que saudades que tenho da minha infância
rolando na areia
subindo na árvore
pulando da ponte,
mergulho nas suas águas,
correntes vindas de longe...
e eu em cima da ponte
molhada sorrindo
sentada no barranco
olhando-e passar correndo
ouvimos seus roncos,
de onde vem?
pra onde vai?
Nao sei?
do outro lado, criança correndo
gritando pula nas suas aguas
clarinha vendo suas
minusculas pedrinhas;
de cima da pknte
passam os carros, os bois,
o vento e o tempo
e eu pulando na ponte
descendo, nadando no rio
de passagem ate o corredor.
ali eu pulo da arvore
nas suas aguas barrentas
na época da enchente
ah! que saudades tenho
das brincadeiras
roda de crainça
mergulha fundo a procura
da galinha cheia:
sou eu a menina que cresceu
andando as suas margens
olhando para assuas arvores
frondosas enraizadas no barranco
como o veludoeiro, a gameleiras,
a goiabeira, o jamboeiro,
os lugares onde as crainças
pescavam os peixinhos;
certamente nao have´r amias
as bonitas enchentes
galhos de árvores
pedaços de paus encharcados
troncos rolando rio abaixo
nem criança pulando da ponte;
suas águas foram trocadas
pelas águas do rio Itaguari
em benefício da nossa saude
parabéns, ao técnico
e ao prefeito da época
pela colaboração.
Contudo oh meu rio
eu nunca vou te esquecer
ate que me restem forças
para subir na arvore
pular da ponte
beber de sua agua
e sentar no barranco...
Cuiabá 05/05/2000