sábado, 1 de setembro de 2012

VEJAM o que estão querendo fazer com o que resta do nosso cerrado, que já está quase todo devastado pelas carvoarias e plantações de eucalipto e soja, e com as águas e nascentes dos nosso rios, implantando o tal do Biocombustíveis.
nas fotos abaixo  demonstra COMO SE ENCONTRA NOSSO CERRADO HOJE.  fotos abaixo tiradas pela ONG – VIDA VERDE, com sede em cocos - Bahia

Rio Carinhanha - possível barragem exatamente neste lugar


Existem vários projetos que poderão acabar com as aguas do nosso Itaguari, são barragens, irrigações, as comunidades ribeirinhas tem se manifestado, e lutam contra estes projetos que se aproximam a todo vapor.







AGROCOMBUSTÍVEIS

A onda dos agrocombustíveis, que o marketing oficial insiste em chamar “biocombustíveis”, está trazendo um inédito e avassalador assédio sobre terras, águas e territórios da Bacia do Rio São Francisco.


BahiaBio

O caso mais notório é o Programa do Governo da Bahia chamado BahiaBio1. Através dele 510 mil hectares perfazem o potencial de Cana irrigada na Bacia do São Francisco, 300 mil no Oeste Baiano, 20 mil no Projeto Salitre, 60 mil no Canal do Sertão, 40 mil no Projeto Baixio do Irecê, 60 mil no Médio São Francisco, 30 mil no Rio Corrente. A uma média de um litro por segundo por hectare, para irrigar 510 mil ha são necessários 510 mil litros por segundo em média, ou seja, 510 m³. Um litro de etanol pode consumir até 3.600 litros de água para ser produzido com a cana irrigada. O Comitê de Bacia do São Francisco, baseado em dados da Agência Nacional de Águas (ANA), diz que no São Francisco restariam apenas 25 m³/s, que a Transposição consumiria.

De onde vão tirar tanta água para tanta cana e etanol?



O governo baiano criou uma política de incentivos fiscais para a produção de etanol no Estado, com percentuais de abatimento da carga tributária entre 4,5% e 18% sobre o ICMS, conforme o tipo de álcool produzido, sua destinação e a localização da empresa. Uma das áreas mais cobiçadas é o Oeste Baiano, no Médio São Francisco. Conforme o BahiaBio, a Região deverá atingir, até 2015, uma área de 300 mil hectares plantados com cana-de-açúcar, tornando-se um novo pólo sucroalcooleiro no país.3


Em outros estados foi constatado que os impactos ambientais que já se observam: desmatamento ilegal; monocultivos afetam a conservação da bio e agrodiversidade; queimadas e poluição do ar com a palha da cana queimada, causadora de sujeira e doenças; contaminação das águas e do solo por agrotóxicos e chorume; destruição de lagoas, afetando a reprodução da ictiofauna; abuso da água (a Louis Dreyfus retira água diretamente do leito do São Francisco, para processamento industrial e em etapas da produção da cana);




4. CARVOARIAS E EUCALIPTO

A demanda crescente de carvão para as empresas siderúrgicas de Minas Gerais, somada ao declínio da produção local, fizeram as empresas carvoeiras, que operam legal ou clandestinamente, descerem bacia abaixo e atacar o Cerrado e a Caatinga da Bahia, alcançando o Piauí e o Maranhão.

Num sobrevôo durante a Fiscalização Preventiva Integrada – operação que congrega órgãos federais e estaduais, em agosto de 2008 –, foram encontradas cerca de 140 carvoarias nos municípios de Cocos, Jaborandi, Correntina, Santa Maria da Vitória, Coribe e Brejolândia.

Quase sempre nestas carvoarias as condições de trabalho são ínfimas, insalubres e ilegais, não raro análogas à escravidão.

Pelo menos 1,6% do Cerrado brasileiro foi desmatado no período de 2003 a 2007, o equivalente a 18.900 km², ou 12 vezes a área do município de São Paulo. A estimativa foi feita pelo Sistema Integrado de Alerta de Desmatamentos (SIAD), desenvolvido pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig-UFG).


Eucalipto

As plantações de eucalipto também são bastante problemáticas. As empresas ditas “reflorestadoras”, que não plantam florestas, mas monocultivos, criam grandes áreas de deserto verde. Esses plantios estão distribuídos em quase todas as regiões da parte mineira da Bacia do São Francisco, avançando para o Médio São Francisco, na Bahia.



Impactos sobre povos e comunidades tradicionais

Os mais penalizados por esse modelo de “desenvolvimento” são os povos e comunidades tradicionais.

Além de elos mais fracos da cadeia produtiva do sistema, têm retiradas as bases de sustentação de seu modo de vida tradicional. Quando reagem, resistem, buscam recompor essas bases, são vítimas de preconceito e repressão violenta, velada ou aberta, privada ou institucional. O novo ciclo do desenvolvimentismo tem reciclado também o assédio sobre seus territórios e mais barreiras aos processos de ressurgimento de povos e retomada de seus territórios.



Muitas destas comunidades estão na rota da multiplicação de barragens e PCH´s (Pequenas Centrais Hidreléticas) nos Rios do Cerrado Mineiro e Baiano, principalmente no Médio. São os casos de Sumidouro, Catolé da Praia, Barra de Posse, no Rio Carinhanha, Minas Gerais/Bahia; Val do Itaguari, Várzeas, São João do Porto Alegre, Novaci, São Domingos, Barriguda, Caraíbas e Galheiro, no rio Itaguari, em Cocos-BA; de São Sebastião do Formoso, Gatos, Sacos, Arrodeadouro, Bonito, no Rio Formoso, entre Jaborandi e Coribe, na BA.



CONCLUSÕES



1 - Desmatamento: Nos Cerrados, onde estão localizados os principais afluentes do São Francisco, e mata nativa para produção do carvão vegetal utilizado na siderurgia e produção de grãos, sobretudo soja, e de 96% das matas ciliares das margens, causando erosão, esbarrancamento e assoreamento, além da morte de nascentes. Os riscos de desertificação já são evidentes em alguns pontos da Bacia.

2 - Assoreamento: A erosão das áreas ocupadas pela agricultura é causada pelo desprendimento e arraste das partículas do solo, pela ação da água e do vento, que transportam as partículas em suspensão, adubos químicos, matéria orgânica e agrotóxicos, para a calha do Rio e de seus afluentes, comprometendo, também, a qualidade e disponibilidade de água.

4 - Barragens: São sete hidrelétricas com capacidade instalada de 10.356 MW, que corresponde a 17% da capacidade instalada no país e 98% da região Nordeste, que contribuíram para a alteração dos ciclos naturais de cheia e vazante dos nossos Rios, comprometendo as lagoas marginais e interrompendo o ciclo migratório dos peixes que ali se reproduziam, pondo em crise as principais atividades econômicas do povo ribeirinho, como a agricultura de vazante e a pesca.

5 – Poluição: decorrente dos lançamentos dos esgotos urbanos e industriais diretamente no Rio e de seus afluentes. Noventa e cinco por cento dos municípios da Bacia não possuem sistemas de tratamento de esgoto, assim como despejos de garimpo, mineradoras e indústrias que contribuem para o aumento da carga de metais pesados, além dos agrotóxicos e do lixo da população ribeirinha, em proporções cada vez maiores

6 – Mineração, Siderurgia e Monocultivo de Eucalipto: os problemas decorrentes destes três setores são vistos em grande parte do Alto e Médio São Francisco “e também no cerrado mineiro e baiano”. Com a destruição dos solos e vegetação, rebaixamento de lençóis freáticos, contaminação das águas, do solo e do ar, assoreamento, desequilíbrio hídrico nas áreas implantadas com eucalipto que ocupa terras devolutas antes utilizadas de forma comum por camponeses do Norte de Minas.


Chamam isso REVITALIZAÇÃO?


Defendemos uma revitalização verdadeira e integral, que ataque as causas da degradação e faça da população organizada seu protagonista, em pelo menos dez pontos:

1. Moratória do Cerrado e preservação da Caatinga (aprovação e cumprimento da PEC 115/150, que tornam estes biomas em Patrimônios Nacionais);

2. Programas de incentivo à convivência com o Cerrado e com a Caatinga;

3. Suspensão da atividade de carvoejamento de mata nativa;

4. Controle rígido e limitante da expansão do Eucalipto, da Mineração, da Psicultura e do turismo na Bacia;

5. Programas de incentivo e fortalecimento da Economia Popular Solidária e da Soberania Alimentar,

voltadas para o mercado local, como estratégia central, não periférica;

6. Tratamento de 100% do esgoto coletado em toda a Bacia;

7. Zoneamento Ambiental no processo de licenciamento ambiental de projetos econômicos e Estudo de Impacto Ambiental (EIAs) e Relatório de Impactos Ambientais (RIMAs) com capacidade de suprimir

projetos e não “adequar o meio-ambiente” a eles;

8. Revogação de projetos de novas grandes barragens/UHEs, Centrais Nucleares e de novos grandes perímetros irrigados em toda a Bacia;

9. Suspensão imediata do Projeto de Transposição;

10. Mecanismos de envolvimento amplo e efetivo dos diversos setores da população da Bacia.


Fonte: Articulação Popular pela Revitalização do São Francisco

Tel. 71.3329-5750 – Email: sfvivo@gmail.com.br

Se as barragens realmente forem autorizadas esta belíssima imagem do Rio Carinhanha deixará de existir, esta foto foi tirada próximo da Prensa



as carvoarias já estão tomando conta do cerrado Coquense, vejam esta imagem, triste imagem, nossa fauna e flora estão ameaçadas cada dia por estas pessoas insensíveis, que desmatam tudo sem se preocupar com o ameio ambiente e prejuízos que trazem pra a região.




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